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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A História dos Consoles de Mesa #12 - Erro da Sega, Acerto da Sony

Iaaaaaaêêêêê galeraaaaaa!!!! Fiquem com mais um capítulo da série!!!

Erro da Sega, Acerto da Sony


Em 1991 ocorreu a CES (Consumer Electronics Show, ou Show de Consumidores de Eletrônicos) onde a Sony anunciou o mais novo produto gerado de sua parceria com a Nintendo, o Play Station (Estação para jogar), um console de 32-bits focado em jogos 3D que, após ver que os CDs usados pela Sega no Sega CD aumentavam e muito a qualidade dos jogos, além de serem mídias mais baratas, rodava jogos não mais em cartuchos, e sim em CDs. Para se ter uma ideia da superioridade dessa mídia, os cartuchos suportavam até 40 megabytes, enquanto os CDs, 700.


Porém, um dia depois, a Nintendo, em sua conferência ainda na CES anunciou a quebra da parceria, pois releram os contratos e não concordaram com certas ações de mercado, como a quantidade de lucro que iria para cada uma, e também o direito que a Sony teria sobre o console e seus jogos, anunciando assim, uma parceria com a Philips.

PS1 inicial, os analógicos foram adicionados depois
O Play Station já estava bastante desenvolvido, com um protótipo até, foi então que Ken Kutaragi, o diretor do projeto Play Station, o qual trabalhava na Sony, pediu à sua empresa para que continuasse o projeto, pois o console tinha futuro e lucraria muito.





Sua ideia foi aceita e a Sony moveu os funcionários que trabalhavam no Play Station para a Sony Music e retirou uma parte dessa divisão, criando a Sony Computer Entreteniment, responsável pelo novo console que, para não ter problemas de direitos autorais, se chamaria Playstation, o qual estava programado para ser lançado em dezembro de 1995.



Enquanto a Sony trabalhava no Playstation, a Sega produzia o seu mais novo console, o Sega Saturn, o qual também era um console de 32-bits e focava em games 3D. O lançamento do Sega Saturn estava marcado para setembro de 1995, e, assim como o lançamento do Sonic, teria um evento, o Saturn Day. A Sega teria o mercado só para ela, já que a Nintendo havia cancelado o Play Station.


Porém, um medo começou a crescer na Sega, um medo do Playstation causado por vários fatores, o primeiro é que souberam que a Sony estava se reunindo com desenvolvedores de jogos para incentivá-los a produzirem para o Playstation, o que estava dando certo, pois, de acordo com os desenvolvedores, era fácil de programar para o console, diferente do Sega Saturn, que por ter uma linguagem de programação baseada em quadrados, e não triângulos, como a Playstation usava, era mais difícil de desenvolver jogos. Isso fez a Sega colocar mais uma CPU no Sega Saturn para que ele tivesse uma capacidade de processamento maior, porém isso deixou o console mais caro, além de dificultar o desenvolvimento de jogos para o console.
Tomb Raider, no Playstation (esquerda) e no Saturn (direita)

 "Um processador central muito rápido seria preferível. Eu não acho que todos programadores possuem capacidade de programar em duas CPUs. Eu acho que apenas um em cada cem programadores são bons o suficiente para obter este tipo de velocidade extraído do Saturn." (Yu Suzuki, 1994)


A gota d’água para a Sega ocorreu durante a E3 de maio de 1995, um evento onde as empresas relacionadas a vídeo games tinham lugar para demonstrações de jogos e espaço para fazerem conferências. Durante essa E3 a Sony revelou que o Playstation custaria 300 dólares, 100 dólares mais barato que o Sega Saturn, e, preocupada com a concorrência que teria com o Playstation, um console que mesmo sendo estreante no mercado, estava fadado ao sucesso, a Sega antecipou o seu lançamento para 11 de maio, no mesmo dia em que estava ocorrendo a E3.

Apesar de visar ter o mercado para si por mais tempo e consolidar seu console antes da concorrente, a Sega acabou causando um descaso com seus desenvolvedores, pois foram pegos de surpresa com esse lançamento antecipado, e seus jogos não estavam prontos, causando assim uma escassez de jogos no começo da vida do Sega Saturn e uma futura migração das desenvolvedoras que faziam jogos para consoles da Sega para o Playstation. Outro descaso foi o que houve com os varejistas, também pegos de surpresa com o lançamento, fazendo várias lojas não receberem o console no prazo, o que gerou um boicote do Sega Saturn por parte de várias redes de varejo.


Em dezembro de 1995 a Sony lança o Playstation, desbancando totalmente o Sega Saturn, e, como a Nintendo não tinha um console da 5ª Geração no mercado, foi a dominante durante esse período, sendo o 2º console mais vendido da história, com 108 milhões de unidades vendidas. A Sony nem se deu ao trabalho de contratar empresas para produzirem jogos para o console, sua superioridade no mercado e a facilidade para criar jogos para o Playstation foram o suficiente para motivar as desenvolvedoras a fazerem isso, criando franquias de sucesso, como Resident Evil, Gran Turismo, Crash Bandicoot e Tomb Raider.


Tchau!!

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